quarta-feira, 28 de março de 2012














































Corpo despejado na cama como marinheiro caído do convés. E era mesmo um marinheiro.
Mas não dos comuns. Esse, o zíper não fechava e o hálito é bom. Passado e presente numa mesma embarcação: assim mesmo que se sentiam.
Existe na verdade, dois marinheiros despejados na cama, como simples corpos caídos ao chão.
É uma estória simples. A métrica segue um mesmo padrão. Duas pessoas, quatro pés, uma garrafa. Volta e meia um beijo quente. Dele nele. No corpo caído do convés.
A barriga lisa como pedra quente de praia e um lábio fino, como qualquer outro lábio fino. Um par de brincos caros e uma mão grande.
Dois filhos dessa pátria, mãe gentil, dois homens. Como vírgulas sobrepostas em meio a tantas palavras calmas, dois homens.
Olhos mareados vindos mesmo do mar - lábio fino, como qualquer outro lábio fino.
Dois num só balanço. E fica aqui, à margem do que poderia ter sido.


Texto: L! Palasadany.

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