quinta-feira, 18 de março de 2010







"CONTORCIONISTA"


"O que dizer dos traços que assemelham-se às linhas de tecer das deusas: Parcas, Moiras. Que desfiam o fio condutor da Vida: Tecelãs imprevisíveis.
O que dizer dos pés cuidadosamente alinhados com o pensamento etéreo e insinuante.
O que falar, por fim, sobre o raro desdobramento da alma: colorida, fugitiva... nômade.
Um treino. Exercício diário para fazê-la sentir-se confortável em seu próprio corpo.
O perfume da pele macia e lisa envolve o ar.
O que dizer do trajeto do mesmo odor, ao perceber que a mesma pele passeia pelas mesmas possibilidades de torção e distorção.
Será que ele, o perfume, permanece o mesmo, ou se mistura com os traços, os pés... as cores.
Em um outro desdobramento, respostas virão de imediato às perguntas tão interessadas em traduzir a sensação causada pelo contemplar dos olhos: duas pequenas bombas de matéria espessa.
Eis.

Luana Palasadany"

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